segunda-feira, 19 de abril de 2010

Como diz o poeta



Te quero sem querer,

mas ainda te quero

e ainda mais por te temer.


É que em ti tudo eu receio:

sobretudo que me faltes,

que o medo me convença

ser melhor te deixar

mesmo sem deixar de te amar.


Afinal, amor equivocado

não é aquele que duvida,

mas o que diz “não te amo”

quando sabe amar.


Preferir o medo a se apaixonar...

Não, não, isso não é viver:

o medo é a consciência batendo à porta;

amar, a liberdade do espírito,

tudo o que deseja o coração.


Eu mesmo,

temo quando estou só

e, como amor e solidão

não costumam se dar,

sozinho tenho apenas medo

e é junto a ti que aprendo

o que é gostar.


E, como diz o poeta,

apaixonar-se sempre vem

de cá com seus riscos,

pois mesmo unidos

ainda podemos errar:


assim, quando tua mãe

nos recomendar cuidado,

lhe digamos pra não se preocupar:

“temos juízo, mamãe,

e é por isso que ao amar

nunca estamos sozinhos,

só de mãos dadas.”

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