Te quero sem querer,
mas ainda te quero
e ainda mais por te temer.
É que em ti tudo eu receio:
sobretudo que me faltes,
que o medo me convença
ser melhor te deixar
mesmo sem deixar de te amar.
Afinal, amor equivocado
não é aquele que duvida,
mas o que diz “não te amo”
quando sabe amar.
Preferir o medo a se apaixonar...
Não, não, isso não é viver:
o medo é a consciência batendo à porta;
amar, a liberdade do espírito,
tudo o que deseja o coração.
Eu mesmo,
temo quando estou só
e, como amor e solidão
não costumam se dar,
sozinho tenho apenas medo
e é junto a ti que aprendo
o que é gostar.
E, como diz o poeta,
apaixonar-se sempre vem
de cá com seus riscos,
pois mesmo unidos
ainda podemos errar:
assim, quando tua mãe
nos recomendar cuidado,
lhe digamos pra não se preocupar:
“temos juízo, mamãe,
e é por isso que ao amar
nunca estamos sozinhos,
só de mãos dadas.”
as mãos dadas, meu caro, nem sempre... Infelizmente!
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