terça-feira, 27 de outubro de 2009

Wilhelm Friedrich Boullevard

A descoberta recente dos manuscritos do Ruhr surpreendeu parte da comunidade científica ao evidenciar a sintetização da primeira droga alucinógena já no século XVII.

Segundo os escritos de Wilhelm Friedrich Bullevard, um cozinheiro franco-boêmio, ele próprio teria descoberto a droga a que dera o nome Lumini Sumus Dionisius enquanto misturava sais e ácidos em busca do molho perfeito para envenenar o faisão a ser servido ao Sacro Imperador. Logo que toma ciência de seus efeitos, desiste da empreitada: “quem quer saber de coroas quando descobriu o sentido da vida?” escreveu.

Não descreve o instrumental utilizado nem se conhece como encontrou condições pra trabalhar com tais substâncias artificiais à época. Tomando os pergaminhos como um diário, descreve os efeitos alucinógenos em detalhe comparando-os aos do vinho mais forte de que nem se teve notícia. Wilhelm ousa dizer que ninguém pode se afirmar vivo sem que tenha provado de sua criação. A tal momento do texto, Bullevard afirma-se Deus.

No fim do último pergaminho, após a tentativa de descrição de uma experiência sinestésica, lê-se, com dificuldade, uma nota rabiscada em letra diversa de alguém que se diz o único que o acompanhou até o último momento: "Friedrich, com o pó da vida, viveu tanto que morreu em três anos a contar de sua grande descoberta, virgem e com duas moedas no bolso." Curioso é que seu cadáver estampava, apesar dos pesares, um sorriso de canto a outro da boca.

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